20.4.10
Recomendo para amantes do Rio Antigo e de uma boa música
Centro Cultural Justiça Federal
Av. Rio Branco, 241 – Centro
qua e qui 19:00. Até 10 jun 2010
R$ 25.00; qua e qui R$ 25.00 (Grátis: nos dias 14 e 15/04 - senhas 1 hora antes)
13.4.10
Guardo a chuva
Como uma mãe, a senhora do ponto de ônibus me avisa: “Ih, a chuva apertou e pelo visto essa vai demorar a passar!”
Não demoro, puxo a corda que faz soar a campainha. Espero em pé na porta de saída. Ele grita: “Tá cheio aqui. Não dá!” Mais para frente. Novamente, ele abre a porta. Saio.
Vejo a calçada. Coloco o pé. Dou cinco passos. Subo o degrau da calçada que vejo. Quando meu pé desce, ela não está mais lá. Os meus dedos, a sandália e eu submersa no Rio. A blusa branca e a bermuda colam sobre a pele. Nada nos guarda contra a Natureza.
Ouço: “Não vai moça!” Continuo. Chego na casa que está só. Banho quente, roupa fria, comida quente e sem sobremesa durmo.
Acordo e ainda falta. Um pedaço não chegou. Telefono. Dormiu no carro e no alto de algum lugar dessa cidade. Digo: “Quando você volta?”
As ruas da cidade dormem cheias de gente e de água. A lua é cheia. Frente fria e maré alta. Penso no mar que ainda está para se revoltar.
Ligo a Tevê. Os jornalistas e políticos, baseados nas informações tardias da meteorologia, pedem para ninguém sair de casa. Nada nos guarda contra a administração pública.
Porque ainda falta um pedaço, entro no site que informa o horário da maré vazia. "10:04". “Daqui à uma hora”, penso. O café é frio. Rezo. Se ele não chega, eu não saio. Nove horas e trinta e seis minutos. Desço três andares de escada, porque os jornalistas pedem para evitar o elevador. Bombeiros e defesa civil estão pra lá de ocupados.
A calçada e a Praça estão lá. Ligo: “Volta porque a hora é essa!”
Aline Gama
Não demoro, puxo a corda que faz soar a campainha. Espero em pé na porta de saída. Ele grita: “Tá cheio aqui. Não dá!” Mais para frente. Novamente, ele abre a porta. Saio.
Vejo a calçada. Coloco o pé. Dou cinco passos. Subo o degrau da calçada que vejo. Quando meu pé desce, ela não está mais lá. Os meus dedos, a sandália e eu submersa no Rio. A blusa branca e a bermuda colam sobre a pele. Nada nos guarda contra a Natureza.
Ouço: “Não vai moça!” Continuo. Chego na casa que está só. Banho quente, roupa fria, comida quente e sem sobremesa durmo.
Acordo e ainda falta. Um pedaço não chegou. Telefono. Dormiu no carro e no alto de algum lugar dessa cidade. Digo: “Quando você volta?”
As ruas da cidade dormem cheias de gente e de água. A lua é cheia. Frente fria e maré alta. Penso no mar que ainda está para se revoltar.
Ligo a Tevê. Os jornalistas e políticos, baseados nas informações tardias da meteorologia, pedem para ninguém sair de casa. Nada nos guarda contra a administração pública.
Porque ainda falta um pedaço, entro no site que informa o horário da maré vazia. "10:04". “Daqui à uma hora”, penso. O café é frio. Rezo. Se ele não chega, eu não saio. Nove horas e trinta e seis minutos. Desço três andares de escada, porque os jornalistas pedem para evitar o elevador. Bombeiros e defesa civil estão pra lá de ocupados.
A calçada e a Praça estão lá. Ligo: “Volta porque a hora é essa!”
Aline Gama