Entro no ônibus, cansada de tanto caminhar pela Cidade Maravilhosa. Logo em seguida, entra ele com um pacote enorme de guloseimas: amendoins, chicletes, paçocas, balas, biscoitos e não lembro mais, mostrando que a cidade não é maravilhosa para todo mundo a toda hora.
Tudo devidamente agrupado por categorias e separado em pequenos saquinhos que valem apenas R$ 1,00: dois bombons, dois pacotes de amendoins salgados, dois pacotes de bala, duas barras de doces (chocolate ou goiabada), seis paçocas ou seis doces de leite. Todos os saquinhos são agrupados como se fosse um cacho de bananas ou uvas, na ponta um gancho que fica pendurado no corrimão alto do ônibus. Além disso, que parece pesado, ele carrega uma mochila com mais mercadoria e uma pochette com dinheiro, moedas, carteira de identidade, chave e celular.
Dizem que a mercadoria é roubada, mas acredito no suor do rosto, no esforço do braço, na simpatia da revenda e dou um real em troca de dois bombons “Serenata de Amor” que eu queria só para mim. Abro e na parte superior e interna da embalagem um desenho de um casal se beijando, o bombom crocante e saboroso me impedem de...Como saboreando até ler:
“Beijo, a melhor coisa do mundo. Não há estudos profundos sobre o beijo. Provavelmente, no meio da pesquisa, os cientistas descobriram que é muito mais gostoso beijar do que sair por aí pesquisando.”
Falo sozinha com o papel, sorrio e confirmo a declaração, aliás, a premonição.
Aline Gama
Um comentário:
rsrs
esse recadinho até foi bonitinho, mas prefiro os antigos! esses atuais às vezes são de um mau gosto..
bjs!
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