18.6.09

Azul-violeta, uma homenagem



Com um pincel na mão, a pele branca, os olhos claros e o cabelo avermelhado em um pouco do azul pingou o vermelho. Fez o índigo. O sol não mais esquentou o vento frio do outono, que soprou. As cerdas do pincel esbarraram no canto do índigo e uma linha vermelha escorreu pela borda, adentrou o azul e misturou-se. Azul-violeta.

E não deveria ser assim.
E eu pediria: não faça, posso me apaixonar!

Em um trabalho sobre Ianelli para graduação, em 1998, escrevi: "A cor liberta-o da objetividade e da razão, instrumento anímico, subjetivo, intimista ou, como em seus trabalhos atuais, instrumento de expansão do Eros. A linha funciona como uma imposição de ordem e aprisionamento da forma".

Aline Gama
Sem título, 1993. Óleo sobre tela. Arcangelo Ianelli (SP, 18.07.1922 — SP, 26.05.2009).

Um comentário:

Bianca disse...

precisava ler algo assim hoje =) e (re)lembrar que na vida há o belo e o sensível, que nos fazem esquecer ou aplacar um pouco aquilo que não compreendemos..