"Boa tarde", digo. "Bom dia", recebo. "Já almocei", rio. O sol não levantou. Eu já. Atravessa rápido minha janela e mesa. Esquenta pouco. Vivemos sobre incipiente eixo do inverno. Leio, escrevo e almoço. Às 14h32 para de deixar os livros, os papéis e o note mornos e dourados.
Vejo futebol no intervalo. 90 minutos passam rápido para ver o time jogar mal e insuportavelmente devagar com o barulho de cornetas. Aqui não relativizo, entendo ou acho interessante habitus alheio. Acho um saco, penso em como será a Copa do Mundo na Africa do Sul, aperto o muting e ponto.
Chego tarde e cansada. Ocupada, respondo e-mails. Checo tarefas. Ao lado do seu nome o verde. Disponível. O chá quente desce atravessado. Tenho mais perguntas que respostas. Sono. Fecho windows!? Duvido e aposto. Tenho insônia, palpitações e silêncios. Sinto, sinto e escrevo.
Cedo demais para encontrar você. Ainda tremo ao te ver entrar. Resmungo. Mau-humor. O silêncio e a ausência. Sem cheiro, gosto, temperatura e música. Só a do meu coração só. Caixas e caixas de chocolate. Nada ajuda o ponteiro dos dias a andar depressa.
Aline Gama
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