Tenho que escrever um texto baseado em um vídeo sobre um homem que mora em um lugar no Rio de Janeiro. Para não escrever sobre ele aqui ou sobre um outro filme, que não sai da minha cabeça, decidi escrever sobre o meu modus operandi.
Nos primeiros dias que o vídeo estava em minhas mãos assisti duas vezes completo com entrevistas e comentários. Procurei textos e encontrei referências em algumas mostras. Li tudo. Li também outros textos sobre outros vídeos do Rio para ter uma noção das escolhas do que é importante levar para o texto, que deve discutir as questões do vídeo e convidar outros a assistir. Com alguns não concordei. Entre as leituras, vi mais três vezes só o filme e comecei algumas anotações de imagens e falas que chamaram atenção.
Nos momentos que parecem ser de ócio pratico tai chi, caminho, corro, pego onda, converso, faço shiatsu, assisto TV e filmes, leio, ouço música, etc que contribuem com sons, palavras, imagens, cheiros e cores para o texto em gestação.
Escrevo o texto mentalmente: essa idéia é mais importante que essa; vou citar esse autor aqui; não vou citar tantos outros filmes e autores que até podem ter a ver com o filme, mas não cabem no meu texto.
Verei o filme mais três vezes, para anotações finais e ao revê-lo vou abrir minha bibliografia e encontrar os autores escolhidos e suas idéias. Assim, as idéias fluirão da cabeça até o peito, descerão pelos braços até as mãos que apertarão as teclas que farão aparecer na tela o texto que ficará em um arquivo durante dois dias sem ser lido até o acerto final para entrega na próxima semana.
Aline Gama no microscópio
Um comentário:
Isso é que é colocar no microscópio.
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